É de Metrodoro de Quio, filósofo grego pré-socrático ligado com a Escola de Demócrito, a citação feita por Cicero: “ Nós nada sabemos, não, nem mesmo se sabemos ou não”.
Durante um bom tempo, não consegui entender o sentido da frase, causando-me uma certa confusão. Como nada sabemos?
A cada momento aprendemos mais e mais, portanto essa afirmação não se encaixava com a minha necessidade constante de aprendizado.
Quantas vezes questionei o filósofo grego?
Num determinado dia, observei um trabalhador que soldava um tubo em outro. Repetiu a mesma ação diversas vezes, por fim, usou uma substância por cima da solda que tinha realizado e refez o movimento.
Na minha ingenuidade perguntei ao soldador se uma vez unidos os tubos,
necessitava repetir o procedimento. Ele sorriu e, com toda paciência, explicou-me que o que caracteriza um profissional é a segurança que transmite no que se propõe a fazer.
Quando refez várias vezes a solda foi para dar consistência e não ter a possibilidade de descolar um tubo do outro e, por fim, a resina coberta com nova solda era para impedir que houvesse vazamento no futuro. Juntou suas ferramentas, despedindo-se com um sorriso que revelava o dever cumprido.
A sua simplicidade me fez relembrar a frase de Metrodoro de Quio: “Nós nada sabemos, não, nem mesmo se sabemos ou não”.
Não é o volume de conhecimento que mostra o quanto sabemos, e, sim, a forma e a humildade como o aplicamos.
O saber não tem dono, é direito de todos, é UNIVERSAL.
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